Tradução | Entrevista com Milla Jovovich sobre Resident Evil 5: Retribuição (Collider)

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Tradução de entrevista com a atriz Milla Jovovich (Alice) sobre o filme Resident Evil 5: Retribuição, ao site Collider.

Eu sinto como se estivesse seguindo vocês, em sua jornada por este filme, através do Twitter, e você vem nos mantendo ocupados com seus vídeos.
Milla Jovovich: Oh, que bom. Espero que estejam gostando deles.

Sim, mas ainda há algumas surpresas para este filme, certo? Eu sinto que muita coisa foi revelada.
Milla Jovovich: Sério? Como o quê?

O Boris [Kodjoe] postou uma foto de uma garra gigante de Licker e dos zumbis. Tem fotos e coisas assim.
Milla Jovovich: Ah, todos sabem que tem zumbis no filme.

Eu diria zumbis russos ou algo assim.
Milla Jovovich: Bom, o Paul vem falando nisto desde os Mosqueteiros. Falando sobre o fato de ir a Moscou e ter zumbis Las Plagas em motos e toda a cena de perseguição no Rolls Royce… Então pensamos, já que o Paul já entregou, ele tinha mostrado fotos dos zumbis e tudo… Então o que mais eu entreguei? Acho que estou me saindo bem em manter as coisas em segredo.

Quanto mais vocês estão pegando emprestado dos jogos? Acho que muitos fãs estão realmente curiosos com os zumbis Las Plagas e coisas assim.
Milla Jovovich: Não posso contar. Estamos há duas semanas gravando e temos uma grande luta entre Alice e Jill a ser rodada qualquer dia desses. Já estamos nos preparando para isto. Acho que não vai começar hoje, mas com certeza começaremos amanhã. Vamos levar umas semanas para filmar, então, é coisa grande.

Com a cena no metrô russo, você parece particularmente empolgada.
Milla Jovovich: Bem, nós mandamos uma equipe para Moscou e eles praticamente isolaram a Praça Vermelha por um dia, o que é algo grande. Depois, eles isolaram o metrô russo por cerca de cinco horas, pelo máximo que puderam, para tirar fotos de tudo. Então, temos todo o plano de fundo e agora podemos construir toda a rua de Moscou. Não sei se vocês já fizeram um tour pelos cenários, mas, aqui na frente, tem uma rua de Moscou onde filmamos a cena de perseguição com o Rolls Royce. É empolgante para mim, porque, obviamente, eu sou russa. Poder mostrar ao meu povo o que eu criei em Toronto e como estamos tentando trazer o povo russo ao universo de Resident Evil, acho que vai ser bem divertido para todo mundo.

O que te leva a fazer estes filmes depois de 10 anos, além do fato de ainda haver público para cada um dos filmes?
Milla Jovovich: Bem, a) nós amamos a franquia. Ela com certeza uniu a nossa família. E nós amamos a história. Nós a estamos constantemente continuando. ‘Certo, o que vai acontecer agora?’, então é bem orgânico neste sentido. E é movida pelos fãs. Cada filme é feito melhor do que o último e as pessoas querem ver outro. Temos ideias para ele, então ninguém fica entediado e pensando ‘Certo, vamos só escrever alguma coisa. Tanto faz. Só coloque tal coisa aí.’ O Paul constantemente têm ótimas ideias. Eu tenho tido sonhos com zumbis nos últimos 10 anos.

Você fica sabendo para onde a história está indo?
Milla Jovovich: Bem, o Paul e eu com certeza conversamos muito a respeito, porque moramos juntos e Resident Evil é uma grande parte de nossas vidas. Estamos sempre falando a respeito do que podemos fazer e do que pode acontecer, quem volta e quem não. O que a Alice vai fazer neste filme? Com certeza, eu fico sabendo das cenas perigosas. É muito divertido, porque eu leio o roteiro, o roteiro original do Paul, e nunca soube escrever um roteiro. Eu nunca poderia dirigir um filme. Eu me mataria, se eu fosse o Paul. Não sei como ele consegue. Mas eu tenho algumas boas ideias isoladas do tipo, ‘Bom, tem um tipo de balanço aqui e seria ótimo se alguma coisa acontecesse que fosse super legal. Preencha os espaços! Talvez me fazer pular de alguma coisa e algo explodir.’

Em termos de coisas legais, ação e intensidade, você sente que este filme evoluiu neste departamento, comparado aos lançamentos anteriores de franquia?
Milla Jovovich: Bem, ele melhorou. O ponto é que queremos fazer cada filme melhor do que o último. Então, com certeza temos mais criaturas, monstros e ação. E as cenas de ação para os atores são bem difíceis. Foi um dos maiores preparos físicos que eu já fiz para um filme de ação. Acho que a luta entre a Jill e a Alice tem mais de 200 movimentos, o que é mais do que Nick Powell fez em A Identidade Bourne. É bem insana.

Como o 3D evoluiu neste filme?
Milla Jovovich: Acho que definitivamente tem o Jim Cameron e o Paul. Eles são os mestres do 3D. O Paul está trabalhando com a mesma equipe do último Resident Evil, dos Mosqueteiros e agora neste. Eles construíram todo um sistema novo de câmera que está simplesmente incrível. Todas as câmeras são bem menores e mais fáceis de usar, mais fáceis de operar e mais fáceis de editar. De tudo, no geral, o Paul entende da dinâmica do 3D e o que se pode fazer e o que não se pode. Quando você vê um filme com 3D ruim, fica com dor de cabeça e sai do cinema pensando ‘Ahhh, meus olhos doem, minha cabeça dói!’ Especialmente quando se faz uma cena panorâmica e sai tudo borrado. É muito importante tecnicamente saber como filmar alguma coisa, para que as pessoas não saiam com os olhos vesgos e sentindo enjoo no estômago.

Este filme começa do ponto em que o último filme terminou, com vocês no barco?
Milla: Não posso te contar isso.

Como é poder trabalhar de novo com a Michelle (Rodriguez), tanto como atriz como quanto fã da série, agora que a personagem voltou também?
Milla Jovovich: Estamos quebrando a cabeça há anos sobre como trazer a Michelle de volta, porque ela é uma atriz tão incrível e uma garota tão legal, foi uma personagem tão querida no primeiro filme. Quando o Paul teve a ideia de como começar a trazer as pessoas de volta, foi realmente demais. O roteiro é tão diferente de qualquer outro filme de Resident Evil. Vai pegar as pessoas de surpresa. Cada sequência e o jeito como tudo acontece é de enlouquecer qualquer mente! É bem legal. E te mantém sempre acordado. Ele te deixa sempre pensando no que vai acontecer em seguida. O que está acontecendo? Quem são estas pessoas? Aí, acontece uma coisa também que, sabe, eu estava assistindo uma gravação, tenho certeza de que você leu sobre isto no Twitter, mas eu comecei a chorar assistindo, porque a história da Alice e minha, da Rain, da Jill, e de todas estas pessoas que vem passando por este inferno pelos últimos 10 anos, e mais uma vez a Umbrella as está torturando. É quase de partir o coração vê-las de novo passando por tudo isto. E a forma como o roteiro é escrito, o jeito como o Paul escreveu o roteiro, tem muito mais envolvimento entre os personagens e muito mais subtexto. As histórias são tão interligadas e de uma forma tão estranha e bonita que tem até uma coisa muito nostálgica e triste nelas também, o que é algo diferente. Escuta, vai ser um filme muito divertido. Não esperamos que ninguém comece a chorar na plateia, mas, em um plano pessoal, passar por isso por 10 anos da minha vida e ver estas pessoas se encontrando de novo, é muito emocionante.

Como a sua personagem evoluiu neste ponto? Como você está lidando com Alice de uma maneira nova?
Milla Jovovich: Sabe, a Alice começou como o público, como uma pessoa passiva e inocente, vendo o que estava acontecendo, e então finalmente entendendo que papel ela tinha que interpretar em tudo aquilo e quem ela era. Aí, ao longo da série, ela meio que começa a se separar das pessoas. Sabe, primeiro ela percebeu que a Umbrella a estava controlando, então ela não podia ficar perto das outras pessoas. Agora que ela é humana de novo, e não só humana de novo, mas agora ela é quase… Digo, isto é a vida dela. É como se você passasse 10 anos da sua vida na guerra, o que mais você tem, neste sentido? É o que ela conhece. É o o que ela ama, de uma forma estranha e doentia. É o que ela faz de melhor. É como ela se sobressai. Não sei se ela poderia se tornar uma professora ou ter algum tipo de carreira além do que ela faz. Isto é o que ela faz de melhor. E acho que, neste filme, ela tem um pouco mais de senso de humor e é uma pessoa mais tranquila quanto a isto. Não é tão chocante como normalmente é. De certa forma, agora ela tem amigos, uma equipe, ela é parte de uma equipe. Ela é um ser humano de novo, então está ligada às pessoas ao seu redor. E ela se diverte com elas. De uma forma estranha e perversa, ela se dá bem.

(…)

Vocês têm mais duas semanas para filmar este. Vocês já têm ideias fluindo para o sexto?
Milla Jovovich: Esta é a primeira vez em que o Paul teve uma ideia para o sexto, onde há uma história da qual falamos a respeito, já faz um ano, e era para o 5 e o 6. Estávamos falando sobre isto. Eu disse ‘E o que acontece?’. Então, naturalmente, foi tipo ‘Bem, isto e aquilo, e é por isso, e tal coisa acontece.’ Ele meio que tem uma base boa para o sexto filme.

Então, você acha que este vai ser um gancho para o sexto filme? É uma espécie de prelúdio?
Milla Jovovich: Nós nunca fazemos este filme pensando que outro está vindo em seguida. Acho que parte disto é o que os faz tão legais, o fato de não termos aquele conforto de ‘Oh sim, vamos filmá-los um logo após o outro. Tanto faz.’ Colocamos 100% de nossa paixão em cada um e acho que o público reage a isto. Com certeza, há algumas ideias, potencialmente, para um sexto filme.

Você espera um dia haver um ‘grand finale’ para a história de Alice ou espera eventualmente voltar a fazer outro filme, porque ama demais a personagem?
Milla Jovovich: Bom, escuta. Quero dizer, faz tanto tempo que eu interpreto a Alice até chegar ao que ela é hoje. Em certo ponto, eu vou ter que ser a mentora para a geração mais nova. Eu amo fazer estes filmes. Tenho que dizer, é difícil imaginar este mundo acabando para nós. Trabalhamos com as mesmas pessoas, filmamos aqui (em Toronto), na verdade, três filmes e sempre parece que estamos em casa. Este foi extra difícil, porque estamos fazendo a divulgação de Os Três Mosqueteiros e viajando a Tóquio e Inglaterra. Eu tive que trabalhar na Itália, então todos os meus fins de semana meio que foram arruinados. Então, agora, estou meio que naquelas de ‘Ahhh!’ perto do fim. E fica aquela depressão de ‘Oh, está acabando e eu não quero que acabe’. Mas, ao mesmo tempo, eu quero tirar uma semana de folga.

(…)

Você pode falar sobre o personagem de Kevin Durand e em como ele se encaixa neste filme? Ele é o novo amigo ou novo inimigo?
Milla Jovovich: Eu não posso contar. Mas posso dizer que o Kevin é um dos atores mais fenomenais. Nós nos divertimos muito com ele, porque ele pega a frase mais simples e dá personalidade a ela. E, imediatamente, ela muda todo o seu desempenho, porque, de repente, você está reagindo diferente. Ele te dá uma coisa que você não estava esperando, então tivemos muitas reviravoltas neste sentido. Digo, eu não tive muitas cenas com o Kevim, mas as cenas que tivemos, cara, foram um arraso.

Ele é um pouco imponente.
Milla Jovovich: Bem, com certeza, nós temos os três atores mais altos de Hollywood neste filme. Eles são todos muito imponentes, mas o Kevin é uma força a considerar. Ele é um ator fenomenal. É muito bom.

(…)

Este é o seu quinto filme. Estou curioso, se você pudesse voltar no seu primeiro dia no set para o primeiro filme de Resident Evil. Você estava assustada? Como foi para você na época?
Milla Jovovich: De forma alguma! No primeiro filme, eu estava no meu auge. Tinha acabado de sair de O Quinto Elemento, O Hotel de Um Milhão de Dólares e Joana D’arc. Eu pensava, ‘Vocês têm sorte em ter a mim!’ Eu e a Michelle, ela tinha acabado de fazer Girlfight. O Paul me escalou para o filme. Eu aceitei, porque meu irmão caçula jogava Resident Evil 3 o tempo todo. Eu pensava ‘Sim, eles estão escalando para o filme. Eu entro lá e ‘leio’ para o papel. Eles não vão me contratar, é claro.’ Foi meio caras-e-bocas quando eu fiz. E na época eu estava fazendo um filme independente, chamado You Stupid Man, e estava aqui em Toronto filmando. Estávamos fazendo o primeiro filme na Alemanha e eu me lembro de ler um novo rascunho do roteiro na viagem de avião de Toronto para a Alemanha. Na metade do vôo, eu fiquei vermelha, porque o Paul tinha me tirado do filme e dado todas as boas cenas de luta para a Michelle. Ela tinha acabado de fazer Girlfight e eu tinha feito Joana D’Arc há um ano, naquela época ou algo assim. Eu fiquei pensando ‘Vou sair daqui!’. Eu cheguei no set, pobre Jeremy Bolt. Ele é um dos produtores. Ele me recebeu com flores e eu, “É melhor dizer ao Paul para me encontrar na minha sala em uma hora ou eu vou embora daqui, no primeiro voo, amanhã!’. Aí o Paul foi na minha sala. Eu, tipo ‘Melhor você sentar! Vamos passar página por página e você vai me colocar de volta no filme!’. E ele ‘O quê? O quê? Você está no filme! Você está no filme!’. Eu, ‘Sim, eu sou a garotinha que fica só nos Cuidado! Oh não! Por que estou fazendo isso?’. Então, sim, ele me devolveu as boas cenas de ação. Foi divertido. Eu tinha 24 anos na época. Estava no meio dos meus vinte anos, me divertindo, tendo sucesso, me sentindo bem. Na verdade, para o segundo, eu estava assustada, porque era tipo ‘Ohhh Deus, por que estamos fazendo outro? As pessoas realmente querem ver?’ Eu me sentia muito responsável por todos e tão grata a todos por estarem ali, e só querem cuidar de todos os atores e dizendo ‘Obrigada’ todo dia. E ainda agradeço. Quanto mais a gente trabalha, mais eu me sinto como Mama Milla no set. É como o comitê de boas vindas, tentando fazer todos se sentirem como parte da família, se sentirem bem e confortáveis, e garantindo que as pessoas estão bem, nossa equipe, nossos atores. Caminhões de taco na Sexta-feira. O caminhão de salgadinhos está chegando hoje. É o meu presente para todos. Geralmente, eu sirvo champanhe para as pessoas e penso ‘Uma garrafa de champanhe ou três semanas de caminhões de taco?’ As pessoas gostam, e o pessoal, especialmente os carpinteiros e o departamento de arte, eles trabalham tanto construindo os cenários. Você tem que manter um homem bem alimentado, e uma mulher bem alimentada também, mas se chega ao coração de um homem pelo estômago. Nós com certeza queremos manter nossa equipe bem alimentada neste filme. É difícil. Você viu os tipos de cenários que eles estão montando e o tipo de tempo que temos para este filme ficar todo pronto. Quero dizer, o fato de termos que trabalhar muito. Eu trabalho 15 horas por dia e a equipe ainda está quebrando coisas duas horas depois que eu saio. Aí, os motoristas tem que tirar os caminhões depois. As agendas que as pessoas mantêm nestes filmes são malucas. Achei que seria melhor alimentá-los com algo, em vez de servir álcool. Eles podem tomar álcool na festa de lançamento.

Fonte: Collider

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