Entrevista | Jerome Chagnon sobre o fan-film “Patient Zero”

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Fan-Film

Jerome Chagnon é o criador do site Resident Evil Fan Films e diretor do curta-metragem inspirado no primeiro jogo da série Resident Evil, chamado Patient Zero. Jerome nos concedeu uma entrevista especial, onde ele fala sobre a sua história com a franquia, o desenvolvimento de seu fan-film e de suas ideias para o futuro. Confira também imagens em primeira mão do making-of de Patient Zero, presentes no DVD, com previsão de lançamento mundial previsto no dia 07 de Dezembro.

Qual é o seu “histórico” com a série Resident Evil?

Eu descobri Biohazard em 1996 no PSX. Quase na mesma época, eu ouvi a respeito desta coisa chamada “internet”. Eu queria mudar de emprego, mas estava com medo que meu novo chefe me perguntasse “Você tem experiência com Internet?” e se negasse a me dar o emprego, porque eu não tinha nenhuma. Então, para ganhar um pouco de experiência, decidi criar um website pessoal. E como eu estava tão viciado em Biohazard, decidi criar um website sobre Resident Evil.

Foi o primeiro website de fã francês sobre Resident Evil online, chamado “Survivrez-vous à l’horreur?” (Você sobreviverá ao terror?) e durou apenas alguns meses antes de ser fechado pelo servidor (eu havia excedido a capacidade de espaço). Depois disto, eu criei o Play 2 Power, SurvivHor, SurvivHor.com, Biohazard France e agora, Resident Evil Fan Films.
Isto pode soar estranho agora, mas minha relação com a série Resident Evil sempre foi conflituosa. Eu amei o primeiro por seu perfeito equilíbrio entre terror, mistério, claustrofobia, resolução de enigmas e administração de itens. Eu não gostei de nenhum outro dos jogos, mais ou menos porque eles haviam transformado a fórmula do primeiro jogo no esquema de “mais”: mais armas, mais ação, mais monstros… e menos terror de sobrevivência. RE4 foi realmente o estopim para mim. Eu só o joguei uma vez (joguei o primeiro centenas de vezes). Eu nem comprei RE5, e só o joguei uma vez também. Não estou planejando jogar RE6 porque me desinteressei pela série, entreguei o Biohazard France para meu grande amigo “Hunk” em 2004 e parei de atualizar o SurvivHor.com em 2007.

Qual é o seu jogo favorito da série? E personagem favorito? Por quê?

Meu jogo favorito é definitivamente Resident Evil (RE1). Este jogo é um equilíbrio perfeito de ação e resolução de enigmas, levando à criação de todo o gênero “survival horror”. É único. Uma pena.
Meu personagem favorito é a Mansão. Os desenvolvedores deram vida a ela, com gráficos incríveis (para a época) e sons realísticos. A Mansão é completamente biológica e é o único local da série que me faz sentir assim. Eu realmente estava ansioso por RE1.5 e sua realista cidade americana para equilibrar este “local vivo” com vidro, metal e aço. Em vez disto, eles nos deram uma cópia da mansão em RE2, e uma estranha cidade metade concreto, metade madeira em RE3. Enfim.

Como surgiu o conceito do filme Patient Zero? O que te inspirou?

Longa história. Em 2007, eu conheci Nabil Ayari, o diretor de S.T.A.R.S., um curta-metragem de Resident Evil feito por fãs. Eu passei 8 meses criando os efeitos visuais para seu filme, e nos tornamos bons amigos. Depois que S.T.A.R.S. foi finalizado e lançado, Nabil me disse que queria fazer um filme baseado no primeiro Resident Evil. Começamos a trocar ideias. Enquanto isto, me mudei para São Francisco e comecei a fazer faculdade de cinema. A exigência do projeto final era a de dirigir um curta metragem, e eu comecei a escrever um roteiro baseado em Resident Evil. A história envolvia um “herói” que se transformava em traidor, uma gananciosa companhia farmacêutica brincando de Deus e criando um vírus mortal, um monte de zumbis e um cientista de laboratório que não parece ser quem é… então isto era Resident Evil, sem um nome.

Eu também queria prestar uma homenagem aos filmes Despertar dos Mortos e A Noite dos Mortos Vivos de George Romero. Quanto mais eu trabalhava no roteiro, menos feliz eu ficava com ele. Eu podia ouvir os fãs de Resident Evil reclamando por destruir RE! Durante este tempo, Nabil me disse que queria fazer um curta-metragem baseado na criação do primeiro zumbi. Basicamente, 3 atores, um porão, um pouco de látex e voilà! A história seria a de que Wesker fosse a um bar, sequestrasse/drogasse um cara, trouxesse-o para o laboratório subterrâneo onde Birkin o injeta com o T-Virus.

Eu sugeri que o cara tivesse a foto de sua namorada na carteira (para incluir um toque feminino). E se a mulher fosse a Ada? E se o cara fosse o John, de Ada-e-John? Nabil estava com muitos problemas que o impediam de filmar tanto um longa quanto um curta. E no final de 2009, eu perguntei a ele se podia usar seu curta-metragem, Patient Zero, e adaptar para minhas próprias ideias: focar mais no desenvolvimento do personagem e na relação entre os 4 personagens. Ele concordou muito gentilmente e o resto vocês sabem. Devo acrescentar que eu amo a abertura exagerada de RE1 em preto e branco, e a canastrice do diálogo de RE1. Eu tentei colocar a mesma canastrice no diálogo dos atores, especialmente em Wesker.

O que mudou desde o primeiro rascunho para a sua versão final?

Muita coisa. (risos) Em meu primeiro rascunho, nós visitávamos a Mansão. O filme começava lá fora na floresta, a câmera entra na Mansão, entra em várias salas vazias, depois desce para o laboratório. No final do filme, Wesker faria seu discurso, depois ficaria tudo preto. A próxima cena começaria nas mesmas salas vazias do começo, mas ouvimos sons abafados. É John, agora um zumbi. A porta principal da Mansão se abre (chutada por alguém não mostrado) e ouvimos uma voz feminina dizendo “Cuidado, é um monstro!”. Close no rosto de John rosnando. Fica tudo preto com sons de tiros. O problema é que eu nunca poderia filmar as cenas internas das salas, porque não conseguimos permissão para filmar onde queríamos.

Além disto, depois que mostrei meu roteiro para um roteirista amigo meu, Julien Taillard, ele disse que estava faltando uma cena mostrando o lado humano e de remorso da Ada, então incluí a cena em que Ada se desculpa com John e testemunha sua transformação. Esta cena era originalmente mais longa, mas não deu muito certo, então eu a cortei substancialmente – assista o DVD lançado em Dezembro para mais detalhes. 😉
Em um todo, o roteiro de Patient Zero passou por 7 revisões.

De onde surgiu a ideia de fazer um trailer de Resident Evil 1.5?
Meu objetivo era o de filmar um longa-metragem adaptando RE1, mas eu sabia que não podia pular direto para este tipo de projeto. Então eu precisava de algum tipo de preparação; uma espécie de ensaio – para aprender a dirigir atores, conduzir uma equipe e trabalhar em efeitos visuais. Para vários trabalhos de faculdade, eu escrevi alguns roteiros baseados em Resident Evil. Alguns eram 100% livres de computação gráfica, enquanto outros eram 100% computação gráfica. Quando penso sobre um projeto de longa-metragem, acho que poderia fazer 3 filmes de Resident Evil: um bem curto, um curto e um longo. Olhando meus roteiros, percebi que podia adaptar RE1.5 em um trailer: nós sabemos o bastante sobre o jogo para fazer um trailer que seja fiel à essência do jogo, mas não sabemos o suficiente para fazer um filme inteiro sobre ele. Então comecei a escrever algumas cenas (Leon + Marvin no terraço superior; Elza + Sherry no RPD etc.) e percebi que podia fazer um trailer com elas. Meu primeiro projeto bem curto se tornou o Trailer de RE1.5 e meu projeto de curta, o Patient Zero.

Você tem esperanças de um dia poder jogar Resident Evil 1.5? Acha que seria melhor do que a versão lançada de Resident Evil 2?

Sim, eu tenho esperança de jogar RE1.5 algum dia. Nós (os fãs) já colocamos as mãos em dois betas de RE1, 15 anos depois do lançamento do jogo. Então ainda há esperança para RE1.5. :-)]

Em minha opinião, RE1.5 seria melhor do que RE2. Eu sei que RE2 é o jogo de RE mais amado e muitas pessoas discordarão do que estou dizendo, mas deixe-me explicar. Em 1997, eu havia acabado de sair de RE1 e sua Mansão biológica, e começado a seguir uma sessão de vídeos e fotos mandadas pela Capcom de sua realista cidade americana moderna onde RE1.5 se passaria. Os S.T.A.R.S. estavam fora de cena e nós tínhamos dois novos heróis. A Umbrella estava fora de cena, e nós tínhamos uma nova ameaça. Então, de um ponto de vista de história, RE1.5 dava sequência a RE1: 2 heróis (homem e mulher), em um novo local, enfrentando uma nova ameaça, novos monstros e novos perigos! Não é legal isto?

De um ponto de vista de jogabilidade, o jogador deveria salvar seu jogo com computadores (em vez de máquinas de escrever) e se curar com sprays (em vez de ervas). Isto faz perfeito sentido em uma realista cidade moderna. Mais uma vez, isto segue a mesma direção de RE1, usando itens comuns em uma situação extraordinária.

Você não faz ideia do quanto eu fiquei decepcionado quando o Leon entrou no hall do R.P.D./hall copiado do hall da Mansão, em RE2. Um museu transformado em Departamento de Polícia? Máquinas de escrever e ervas? Umbrella? A irmã do herói do último jogo? Tudo tão sem graça? Eu fiquei tão enojado com os roteiristas preguiçosos da Capcom. Eu não ligo se RE2 é um milhão de vezes mais bonito do que RE1.5. Eu nunca joguei um jogo por causa de seus gráficos, mas por sua história e as emoções que gera dentro de mim.

O que você acha dos filmes de Resident Evil criados por Paul W.S. Anderson?
Eu acho que não são somente adaptações ruins de RE (Alice… sério?)l, mas são filmes de terror ruins. Anderson ainda é, por enquanto, o único diretor de Hollywood que fez um filme de zumbi (o primeiro filme de Resident Evil) sem sangue, para que pudesse ser lançado para maiores de 14 anos. Quando se sabe que os jogos são em sua maioria lançados com censura para maiores de 16 a 18 anos (dependendo do país), isto é uma verdadeira lástima. É bom salientar que eu só vi inteiro o primeiro filme, e partes do segundo (com Nemesis/Toxic Avenger *risos), então talvez os outros sejam melhores, mas de certa forma eu duvido.

Sua visão em relação aos filmes de Paul Anderson mudou de alguma forma depois de ter filmado o Patient Zero?

Ótima pergunta. Sim, minha visão mudou imensamente. É muito difícil fazer e lançar um filme. Eu agora entendo que às vezes você tem que se comprometer. Ainda assim, você tem que trair o material original? Anderson chateou 3 categorias diferentes de fãs (Resident Evil, Alien e Predador) por destruir completamente a mitologia de cada série. Deve ser algum tipo de recorde mundial. Nem o Uwe Boll deixa os fãs tão bravos. Então, apesar de minha cabeça entender a razão pela qual Anderson escolheu usar sua namorada como personagem principal da série de filmes RE, meu coração ainda grita pela traição.

Você planeja fazer mais filmes baseados em Resident Evil?

Nunca diga nunca… Como disse anteriormente, eu tenho muitos roteiros baseados neste universo. Um deles é uma adaptação em longa-metragem de RE1. Se eu encontrar alguém disposto a investir dinheiro em meus projetos, ficaria muito feliz em dirigir um novo filme de RE.

O que você gostaria de fazer no futuro em relação a filmes de Resident Evil? Que idéias você tem em mente e o que criaria, se pudesse?

O futuro próximo do REFF é o lançamento do DVD de Patient Zero, em Dezembro. Estará cheio de materiais especiais e com um tratamento especial para os fãs do filme! Depois, vou deixar Resident Evil e seus zumbis descansarem por um tempo.

Meus dois próximos projetos (como diretor) são um curta-metragem sobre um serial killer e uma websérie de terror. Espero filmá-los durante a primeira metade de 2012. Mais uma vez, depende do orçamento, mas acho que serão mais fáceis de levantar fundos do que Patient Zero 🙂
Muito obrigado pela oportunidade desta entrevista! Estou extremamente surpreso em saber o quanto Patient Zero é popular entre os fãs brasileiros. Muito obrigado por seu apoio 🙂


Original Interview in English:

Patient Zero, por Jerome ChagnonJerome Chagnon is the creator of Resident Evil Fan Films website and director of the short movie Patient Zero, based on the first game of the Resident Evil series. Jerome gave us an special interview, where he talks about his past with the franchise, the development of his fan-film and his ideas for the future. Besides, you will be able to check out some never-seen images from Patient Zero’s making-of from the DVD, to be released in Dec. 7th.

Can you tell us about your “past” with the Resident Evil series?

I discovered Biohazard in 1996 on the PSX. Almost at the same time, I heard about this thing called “the internet”. I wanted to switch jobs but was afraid that my new boss would ask me “Do you have any experience with Internet?” and refuse to give me the job, because i had none. So, to build some experience, I decided to create a personal website. And because I was so crazy about Biohazard, I decided to create a website about Resident Evil.

It was the first French Resident Evil fan website online, called “Survivrez-vous à l’horreur ?” (Will you survive the horror?) and it lasted only a few months before being shut down by the host (I exceeded the storage space). After that I created Play 2 Power, SurvivHor, SurvivHor.com, Biohazard France and now, Resident Evil Fan Films.

This may sound strange now, but my relationship with the Resident Evil series has always been conflicted. I love the first one for its perfect balance of horror, mystery, claustrophobia,  puzzle-solving and item management. I dislike every other game, more or less, because they transformed the formula of the first game into the “more” route: more weapons, more action, more monsters… and less survival-horror. RE4 was really the turning point for me. I only played it once (I played the first one hundreds of times). I didn’t even buy RE5, and played it only once as well. I am not planning on playing RE6 because I’ve become disinterested in the series, I gave direction of Biohazard France to my good friend “Hunk” in 2004 and stopped updating SurvivHor.com in 2007.

What is your favorite game in the series? And your favorite character? Why?

My favorite game is definitely Resident Evil 1. This game is a perfect balance of action and puzzle-solving, leading to the creation of the whole survival-horror genre. It is unique. Too bad.

My favorite character is the Mansion. Capcom’s developers gave it life, with amazing graphics (for the time) and realistic sounds. The Mansion is completely organic and is the only location in the series that made me feel this way. I was really looking forward to RE1.5 and its realistic American town to balance this “living location” with glass, metal, and steel. Instead, they gave us the Mansion’s rip-off in RE2, and some weird half wood/half concrete town in RE3. Oh well.

How did you come up with the whole concept of Patient Zero? What were your inspirations for the short movie?

Long story. In 2007, I met Nabil Ayari, the director of S.T.A.R.S., a French fan made Resident Evil short movie. I spent 8 months making the visual effects for his film, and we became good friends. After S.T.A.R.S. was completed and released, Nabil told me that he wanted to do a feature film based on the first Resident Evil. We started to share ideas. In the meantime, I moved to San Francisco and started film school. The senior project requirement was to direct a short movie, and I started to write a script based on Resident Evil. The story involved a “hero” who turn out to be a traitor, a greedy pharmaceutical company playing God and creating a deadly virus, lots of zombies, and a lab tech who’s not who she seems to be… so it was Resident Evil, without the name.

I also wanted to pay homage to George Romero’s Dawn of the Dead and Night of the Living Dead. The more I worked on the script, the less happy I was with it. I could hear the Resident Evil fans tearing me apart for ripping off RE! During this time Nabil told me that he wanted to shoot a short story based on the creation of the first zombie. Basically, 3 actors, a basement, some latex, and voilà! The story would be that Wesker goes to a bar, grabs/drugs a guy, brings him to the underground lab where Birkin injects him with the T Virus.

I suggested that the guy have a picture of his girlfriend in his wallet (to add a female touch element). And what if the woman was Ada? What if the guy was John, from Ada-and-John? Nabil had a lot of problems preventing him from shoot either the feature or the short. At the end of 2009, I asked him if I could use his short, Patient Zero, and adapt it to my own ideas: to focus more on character development and the relationships between the 4 characters. He very kindly agreed and the rest is history 🙂

I must add that I love the cheesy RE1 introduction in black and white, and the cheesiness of RE1 dialogue. I tried to provide the same cheesiness to my actors’ dialogue, especially for Wesker.

What have changed since the first draft to the final version of the movie?
A lot, lol. In my first draft, we visited the Mansion. The movie starts outside in the forest, the camera goes close outside of the Mansion, enters several empty rooms, then goes down to the lab. At the end of the movie, Wesker gives his speech, then we fade to black. The next scene starts in the same empty rooms as the beginning but we hear muffled sounds. It is John, now a zombie. The Mansion’s main door bursts open (kicked by someone unseen) and we hear a female’s voice saying “Look out, it’s a monster!”. Close-up on John’s snarling face. Fade to black with gunshots sounds.

The problem is that I could never shoot the inside rooms scenes, because we couldn’t get the permission to shoot where I wanted. Also, after I showed my script to a scriptwriter friend of mine, Julien Taillard, he told me that I was missing a scene showing Ada’s humane and remorseful side, so I added the scene where Ada apologizes to John and witnesses his transformation. This scene was originally longer but didn’t work very well, so I cut it down substantially – watch the DVD released in December for more details 😉
As a whole, Patient Zero’s script went through 7 revisions.

How did you come up with the idea of filming a Resident Evil 1.5 trailer?

My goal was ultimately to shoot a feature film adapting RE1, but I knew that I couldn’t jump straight into that kind of project. So I needed some kind of preparation; a rehearsal of sorts- to learn how to direct actors, manage a crew, and work on visual effects. For various college assignments, I wrote a few Resident Evil-based scripts. Some were 100% CGI free, some were 100% CGI. When thinking about the feature project, I thought I should make 3 Resident Evil movies: a very short, a short, and a feature film. Looking at my scripts, I realized that I could adapt RE1.5 into a trailer: we know enough about the game to make a trailer that is faithful to the core of the game, but we don’t know enough to make a an entire film out of it. So I started to write a few scenes (Leon + Marvin on the roof; Elza + Sherry in the RPD; etc) and realized that I could make a trailer out of them. My very short project became the RE1.5 Trailer and my short project Patient Zero.

Do you have hopes of someday being able to play Resident Evil 1.5? Do you think it would be better than the final version released of Resident Evil 2?

Yes, I do have hope to play RE1.5 one day. We (the fans) just got our hands on two RE1 betas, 15 years after the game’s release. So there is still hope for RE1.5 🙂
In my opinion, RE1.5 will be better than RE2. I know that RE2 is the most loved RE game, and lots of people will disagree with what I’m saying but let me explain.

In 1997, I had just left RE1 and its organic Mansion, and started to follow the stream of videos and pictures sent by Capcom about this realistic modern American town where RE1.5 is located. The STARS were out of the picture and we had 2 brand new heroes. Umbrella was out of the picture, and we had a new menace.

So from a story point of view, RE1.5 was following RE1 : 2 heroes (male and female), in a new location, facing a new menace, new monsters and new dangers! How cool is that?
From a gameplay point of view, the gamer was supposed to record his game with computers (instead of typewriters) and heal himself with sprays (instead of herbs). This makes perfect sense in a realistic modern city. Again, this follows the same direction of RE1, using ordinary items in an extraordinary situation.

You have no idea how disappointed I was when Leon entered the RPD’s hall/rip-of of the Mansion’s hall in RE2. A museum transformed into a Police Department? Typewriters and herbs? Umbrella? The sister of last game’s hero? Everything a dull grey? I was so disgusted with Capcom’s lazy scriptwriters. I don’t care if RE2 does look one million times better than RE1.5. I have never played a video game for its graphics, but for its story and the emotions it generates within me.

What do you think of the Resident Evil movies created by Paul W.S. Anderson?

I think that not only are they bad RE adaptations (Alice… seriously?), but they are bad horror movies. Anderson is still, so far, the only Hollywood director who has made a zombie movie (the first Resident Evil movie) without any blood, so that it could be released as a PG-13 movie. When you know that the RE video games are more or less all released as +16 to +18 (depending of the countries) this is a real shame. On a side note, I have only fully seen the first movie, and parts of the second (with Nemesis/Toxic Avenger, lol), so maybe the others are better, but somehow I doubt it.

Has your vision regarding Paul Anderson’s movies changed somehow after shooting Patient Zero?

Great question. Yes, my view has changed immensely. It is so hard to make and release a movie. I now understand that sometimes you have to compromise. Still, do you have to betray the original material? Anderson pissed off 3 different categories of fans (Resident Evil, Alien and Predator) by completely destroying the mythology of each series. It must be some kind of a world record. Even Uwe Boll doesn’t makes fans so angry. So while my head understands why Anderson chose to use his girlfriend as the main character of the RE movie series, my heart still screams of betrayal.

Do you plan to shoot more short-movies based on the Resident Evil universe?

Never say never… As said previously, I have a lot of scripts based on this universe. One of them is a feature length adaptation of RE1. If I find someone willing to invest some money in my projects, I would be very happy to direct a new RE film.

What would you like to do regarding Resident Evil fan films in the future? What are your ideas and what would you like to create if you could?

The near future of REFF is the release of Patient Zero’s DVD, in December. It will be full of special features and a real treat for the fans of the movie! Then, I will let Resident Evil and its zombies rest for a while.

My two next projects (as a director) are a serial killer short film and a horror web series. I hope to shoot them both during the first half of 2012. Again, it depends on the funding, but I think they will be both easier to fund-raise for than Patient Zero 🙂

Thank you for this interview opportunity! I am extremely surprised by how popular Patient Zero is among Brazilian fans. Thank you so much for your support 🙂
English version: credits to “Jamie Richard” for rewriting it.


Making-Of “Patient Zero”:

The Making-Of: Patient Zero“Ensaiamos o filme todo duas vezes com os atores, o produtor e diretor de fotografia no local principal – o estúdio da faculdade, atualmente vazio.” (“We rehearsed the whole movie twice with the actors, producer and director of photography in the main location – the school’s studio, currently empty.”)

The Making-Of: Patient Zero
“A equipe está preparando as luzes no estúdio. O estúdio está cheio de caixas de papelão e aparatos de computador, para dar um ar de ‘laboratório subterrâneo’.” (“The crew is setting the lights in the studio. The studio is filled with carton-boxes and computers gear, to give an “underground lab” feeling.”)
The Making-Of: Patient Zero
“A equipe está testando as luzes. As caixas de papelão são usadas como acessórios e referências para os efeitos de pós-produção.” (“The crew is testing the lights. The carton-boxes are used as props and references for the post-production effects.”)
The Making-Of: Patient Zero
“Dirigindo os atores antes do ‘take’.” (“Directing the actors before the take.”)
The Making-Of: Patient Zero
“Ação!” (“Action!”)
The Making-Of: Patient Zero
“A sala dos arquivos, segundo dos três locais internos. Foi também a última cena que filmamos com nossos atores principais.” (“The lockers room, second of our three indoor locations. It was also the last scene we shot with our main actors.”)
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