Tradução | Entrevista com Masachika Kawata na Games Convention (Gamepro)

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Tradução de entrevista com o produtor Masachika Kawata sobre Resident Evil 5 na Games Convention, concedida à Gamepro.

Como está ficando Resident Evil 5?
Muito bom… mas trabalhoso. Ninguém está indo para casa estes dias. Está sendo bem difícil. Há um tempo atrás, quando eu era mais jovem, todos ficariam algemados às suas mesas. Atualmente, devido à grande preocupação com saúde e segurança, não podemos fazer isso. Então as condições de trabalho estão bem melhores. Mas ainda estamos muito ocupados.

O que tem sido mais difícil na construção deste game, comparado com os anteriores?
Acho que não se aplica apenas a RR5, mas a todos os jogos que fazemos. A coisa mais desafiadora é que se tem que criar um game interessante para ser jogado. Criar isso do nada é sempre o mais difícil. É bem fácil criar um game a partir do ponto onde você pode jogá-lo. Depois disso, a dificuldade vem quando você tem que estabelecer e balancear o game para que ele crie fortes reações emocionais.

Você vê este jogo mais como um game de ação do que um de terror?
Eu sou o produtor, e [Jun] Takeuchi é o diretor que trabalha mais na direção do jogo, então essa questão está mais adequada a ele. Originalmente, eu estava com a impressão de ser mais um game de ação, mas posso garantir que é um game de terror. E no modo cooperativo, o terror duplica. O componente cooperativo trabalha com nível motivacional e realmente aumenta o nível de terror.

Você pode nos contar de quais maneiras os personagens cooperativos trabalham juntos que não tenhamos visto ainda?
Há itens no game que você não pode obter sem seu parceiro estar te ajudando. Por exemplo, em uma cena em que você joga no escuro, um tem que carregar a tocha enquanto o outro atira nos inimigos. Há muitas situações distintas como esta onde você tem que trabalhar com seus parceiros. Estamos planejando criar uma montagem em vídeo de demonstração de jogabilidade onde compilaremos as formas como os dois parceiros irão interagir.

Este é um game muito importante – isso cria uma grande pressão para vocês e para a equipe?
É bem difícil. A equipe está sob pressão para manter a tradição de Resident Evil. Contudo, já desenvolvemos Resident Evil 4, que quebrou as fronteiras da série em termos de jogabilidade. Então tivemos o exemplo de onde podemos fazer mais do que simplesmente manter a velha tradição continuamente. A equipe de desenvolvimento confia fortemente em si mesma para RE5.

Há algum interesse em portar RE5 para outras plataformas [como DS ou PSP]?
[Risos] Primeiro temos que vender o game para XBox 360 e PS3.

Você acredita que um dia poderão haver zumbis na vida real, criados por vírus ou de outras maneiras?
Eu sou uma pessoa muito medrosa, então não quero acreditar em zumbis na vida real. No entanto, às vezes acho que o Takeuchi poderia se transformar num zumbi [Risos]. Na verdade, pensando melhor, ele é mais capaz de poder ser um robô.

A parte que vocês mostraram na E3, em que parte do game se passa?
Se passa no começo do game – são cenas das primeiras partes.

O quanto o game será diferente de uma parte para outra?
Nós incluímos mais variedade de locações. Em questão de linha do tempo, este é um game realista, então não vamos pular para o Pólo Norte em termos de locação. Em RE4, a locação não mudou. Em  RE5, já que as cenas mudam mais e as locações mudam, você terá maior incentivo para continuar jogando. Temos um grande roteiro, e os personagens que desenvolvemos para serem o mais reais que puderem. Este será um trabalho épico do entretenimento. Você terá medo, você chorará e dará risada… bem, não vai rir tanto, na verdade.

Você e Jun Takeuchi estão pesadamente envolvidos neste game. Como funcionam suas funções?
Takeuchi basicamente diz “Eu vou fazer isso” e nós obedecemos [Risos]. Mas falando sério, Takeuchi está trabalhando em outro projeto ao mesmo tempo, então ele é capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo. Temos discussões – às vezes brigamos por causa do está no game, mas ele não dá o braço a torcer. Por causa disso, RE5 não será lançado até 2018 [risos mais altos]. Deixando a brincadeira de lado, Takeuchi é um cara muito capaz, e respeitado pela equipe.

Há algo em RE5 que surpreendeu você em termos de jogabilidade ou história?
Não, não muito, porque estamos trabalhando no game desde o estágio de planejamento, então conheço o jogo inteiro. Além disso, estamos insistindo muito na jogabilidade de ação na primeira metade do game, mas não esquecemos que é um jogo de terror. Então a segunda metade será assustadora. O game será muito, muito assustador mais próximo do fim.

Já que você é medroso, vai conseguir jogar as partes assustadoras?
Não, vou deixar para o Takeuchi jogá-las. [Risos]

Fonte: Gamepro

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