Livro Traduzido | The True Story Behind Biohazard

The True Story Behind Biohazard

The True Story Behind Biohazard é um livro lançado no Japão em 1997. Ele fazia parte de uma ação promocional de pre-order do port de Sega Saturn do primeiro Resident Evil.

BIOHAZARD, O Início (Por Hiroyuki Ariga)
→ Palavras do Produtor de Biohazard, Shinji Mikami


Diário de George Trevor

Temos orgulho em apresentá-los o diário de George Trevor

Introdução

Um homem estava parado diante das portas de entrada da mansão. Era George Trevor, um famoso arquiteto de Nova York, que havia construído este lugar desde o início. O dono da mansão, Ozwell E. Spencer, o havia convidado com toda sua família para agradecê-lo pelo nível de perfeição em seu trabalho.

Por estar cheio de trabalho, Trevor inicialmente mandou sua esposa Jessica e sua filha de quatorze anos, Lisa, antes para se juntar a elas depois. Infelizmente, quando Trevor chegou ao local, ele não encontrou sua mulher e nem sua filha. Trevor também desapareceria misteriosamente ao entrar na mansão. Para onde teriam todos desaparecido?

O texto a seguir vem de um pequeno diário escrito enquanto Trevor estava na mansão. Spencer pagara uma fortuna por esta mansão. Somente a construção havia tomado cinco anos da vida de Trevor. Por que ele devotara tanto tempo a isto?

E Trevor já sabia que trinta anos depois outras coisas estranhas aconteceriam nesta mansão? Pessoalmente, sinto que este pequeno diário será a chave para entender todos estes mistérios.


13 de Novembro de 1967

O Convite

Depois de terminar meu trabalho e deixar Nova York, eu finalmente cheguei à mansão por volta das 6 horas.

O Hall é muito espaçoso. A escadaria central que leva para o segundo andar também é impressionante. Todas estas coisas me deixam nostálgico novamente. Criar o planejamento deste lugar foi o trabalho da qual mais me orgulho. Do dia em que mostrei o primeiro modelo para Ozwell E. Spencer em seu escritório até o término do prédio, foram 5 anos.

As ordens de Spencer eram realmente difíceis e eu tive que ir além de minha energia e ingenuidade para realizá-las.

À primeira vista, ninguém suspeitaria de algo fora do comum. Enquanto se virava para me olhar, Lord Spencer sacudia o cabelo grisalho de seus ombros. Ele tinha uma pose impressionante, e à primeira vista, pode-se dizer que tem um grande nível de autoconfiança. Ele inicialmente me avisa que minha esposa Jessica e minha filha voltaram para visitar a tia delas, Emma, que estava doente, e então levantamos nossas taças e brindamos. Nós somos os únicos que sabemos dos numerosos segredos contidos neste local. Profundamente satisfeitos com esta cumplicidade, provamos o vinho.


13 de Novembro de 1967

O Banquete

A sala de jantar é incrível. Há uma incrível variedade de comida harmoniosamente disposta sobre uma enorme mesa em madeira de mogno. Se alguém levantasse os olhos, veria a estátua de uma deusa, no estilo “Rodin”, no segundo andar, que parecia nos observar com desejo. Mas apesar de todo este esplendor, o banquete só podia ser apreciado por dois convidados, Spencer e eu. Ouvíamos apenas o calmo barulho dos ponteiros do relógio. Ahh, se Jessica e Lisa estivessem aqui!

De acordo com Spencer, elas haviam chegado três dias antes de mim e adoraram a casa. Lisa em particular se beneficiara da gentileza de Spencer e pudera usar o piano. Ela de imediato tocou o “Soneto ao Luar” de Beethoven, sua especialidade.

Nesta noite de lua cheia, onde a melodia parecia estar em meio ao satélite que flutuava sobre a floresta ao redor da casa, Spencer parabenizara minha esposa por este momento soberbo. Eu imagino com orgulho os rostos dos dois se iluminarem de deleite.


14 de Novembro de 1967

Suspeitas

Lord Spencer me guiou pela mansão. Ele abriu as portas de diversas salas. Aquelas salas eram decoradas com as mais maravilhosas obras de arte: pinturas de Da Vinci, esculturas de Raphael… Em uma das salas, o olho de um animal empalhado me encantou estranhamente, e em outra sala armaduras de Cavaleiros da Idade Média estavam alinhadas em boa ordem próximas de seu líder.

Todas estas obras de arte foram colecionadas por Lord Spencer durante os anos anteriores e ele merece ser um dos homens mais ricos do planeta. “Você gosta desta? Eu gostaria de usar esta residência como um resort na costa, para uma companhia. Eu planejava isso, não apenas para os empregados, mas também para os convidados poderem usá-la”.

Seu projeto era criar uma companhia internacional farmacêutica. Ele me disse que a companhia se chamaria “Umbrella”. Mas fico imaginando por que ele fez tantas coisas para esta residência. Ele pode até dizer que quer fazer dela um resort, mas é exagero. Mesmo neste caso, suas ações foram guiadas por sua paixão.


18 de Novembro de 1967

Minha família ainda não voltou. “A tia Emma está tão doente assim?”. Eu duvido.

O telefone não está instalado, o que não é muito conveniente. Fui ao terraço do segundo andar para clarear minha mente. Corvos, pendurados em um fio, me observavam e emitiam estranhos grasnidos. Eu tive uma intuição obscura. Tinha continuamente a estranha impressão de estar sendo observado… Vi uma coisa assombrosa, em um pequeno quintal. Era uma escada que dava para uma passagem subterrânea, escondida por uma cachoeira. “Não foi trabalho meu. Então, quando essa coisa foi construída?”.

Enquanto eu me perguntava, três homens trajando blusas brancas apareceram de repente enquanto diziam: “Quem é você? Você não devia ficar andando livremente por aí!” e me tiraram de lá.


20 de Novembro de 1967

Dúvida

Não havia nem sinal da espingarda que minha esposa dera a Spencer em seu aniversário. Estou fumando um cigarro na sala onde está uma espingarda quebrada e parece que é para enganar as pessoas e se passar pela original.

Fico pensando quem teria trocado a espingarda de Spencer por esta não utilizável, e por quê?

Nem minha esposa e nem minha família haviam aparecido e eu estava ficando muito preocupado. Meu rico chefe me informara que minha família e eu não poderíamos mais permanecer na mansão, e quando sugeri que eu me juntasse a elas amanhã, ele riu e disse que era inútil me preocupar dessa forma.


21 de Novembro de 1967

Alguém pegou minha bagagem e me levou para um grande quarto, sem janelas, no primeiro andar reservado para convidados. Como o Lord não havia chegado ainda, fiquei observando as pinturas na companhia de um homem de blusa branca. Ele era um dos três homens desconhecidos no quintal.

“A vida é rica e curta” – dizia uma das pinturas que estavam expostas na parede, o tempo sendo representado pela vida de um homem, de seu nascimento até sua morte. “Sua família morreu?”, riu o homem enquanto olhava maliciosamente para mim. O tempo parecia ter parado. Do que ele estava falando? Naquele mesmo momento, senti uma terrível dor em minha nuca e caí no chão.


24 de Novembro de 1967

Primeira Detenção

Como ele pode ter se tornado este tipo de homem? O que aconteceu aqui? E qual é o objetivo desta companhia chamada “Umbrella”? Eu estava preso nesta sala e o tempo passava vagarosamente.

“O objetivo é manter tudo isso em segredo, e já que você é um desconhecido…”

Um dia, um homem de branco me disse isso quando trouxera comida. Que segredo é mais importante que uma vida humana? O Lord Spencer e eu somos os únicos dois que sabemos dos segredos desta casa, e se eu morrer, ele será o único a saber. É por esta razão que existem aquelas criaturas rondando por locais da mansão? Não posso continuar aqui e ser devorado ou coisa pior. Eu preciso escapar daqui.

A questão é saber se, desde o início, eu estava simplesmente construindo minha própria prisão.

Quando estava criando esta casa, e em acordo com a estranha fascinação de Lord Spencer por enigmas, eu ficava imaginando um modo de fugir caso alguém acabasse preso aqui.

Neste momento, uma das incontáveis criaturas que infestavam o chão e o teto caiu do alto em cima de meu corpo. Por uma desconhecida razão, isso parecia atraí-los. Eu pulei instintivamente para atrás e enquanto me levantava, me deparei com um grande número delas. O que eram estas criaturas? Formigas?


27 de Novembro de 1967

Eu finalmente consegui escapar daquela sala. Mas ninguém pode sair desta mansão num estalar de dedos. Você precisa dos cristais, do olho da estátua do tigre e do emblema de ouro.

Não posso me ocupar em procurar mais nada! Não tenho tempo para isto.


28 de Novembro de 1967

Segunda Detenção

Não consigo encontrar palavras para isto. Uma planta, absurdamente gigantesca, tomou uma sala inteira. Deus não pode ter criado uma coisa dessas.


30 de Novembro de 1967

É impossível sair daqui. É impossível sair desta sala.

Um laboratório secreto, em uma caverna subterrânea sem uma saída visível.

E finalmente, eu descobri: com um salto alto e uma lembrança, por trás de tudo isso eu encontrarei uma passagem. Jessica. Será que minha esposa e minha família tiveram o mesmo destino que eu?

Não, eu vou fugir a qualquer custo, como elas fizeram antes de mim.


5 de Dezembro de 1967

Desespero

Minha garganta está desidratada. Faz muitos dias que não como e não sei mais quanto tempo resistirei. Estou ficando louco. Por quê? Porque me sinto como um rato, tentando fugir de um laboratório labiríntico.

Minha fascinação pela arquitetura anormal desta residência era tão condenável?


7 de Dezembro de 1967

Estou em um corredor escuro e úmido de uma passagem subterrânea secreta. E vejo, de repente, algo monstruoso diante de mim…

Acendo meu último fósforo com a mão trêmula. Tem uma sepultura aqui e meu nome está gravado nela. Que tipo de psicopata faria uma coisa dessas?

George Trevor“, seria eu? Spencer calculara isso desde o começo, que eu viria aqui, seria preso, e ele preparara minha tumba. Fazendo astutamente de tudo para desviar minha atenção de achar um jeito de escapar.

Jessica, por favor, me perdoe. Tenho pouco tempo… É o tempo que me resta antes de me juntar a você no paraíso.

George Trevor

 

 Créditos: tradução japonês-inglês feita pelo site The Horror.