Tradução | Entrevista com Oded Fehr, Carlos Olivera em Resident Evil: Apocalypse (Horror.com)

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Oded Fehr, Carlos Olivera

Tradução de entrevista com o ator Oded Fehr, intérprete do personagem Carlos Olivera em Resident Evil: Apocalypse, ao site Horror.com.

Que personagem você interpreta?
Eu faço um personagem chamado Carlos Olivera e, basicamente, ele trabalha para a Corporação Umbrella (que são os responsáveis pelo que aconteceu). Ele trabalhava para eles como mercenário. Acontece uma epidemia na cidade, e ele é mandado para lá para salvar os funcionários da Umbrella. Para resgatá-los. Ele decide salvar uma mulher que vê que está prestes a ser morta pelos zumbis, e acaba sendo deixado para morrer pela Corporação Umbrella. Ele percebe que eles meio que o traíram. Eles não o ‘traíram’ de verdade, mas o deixaram lá para morrer. E ele se junta com Alice e Jill, que luta contra a Corporação Umbrella, e tenta salvar suas vidas e trazer a verdade à tona.

Quem teve mais treinamento – você ou a Milla?
A Milla. Sem comparação alguma. A Milla faz umas coisas bem incríveis neste filme. Acho que a ideia é de Milla ser parte do experimento e, portanto, ser um pouco mais do que humana. E, por causa disto, ela tem habilidades maiores que as humanas. Uma atriz, para interpretar isto, tem que se esforçar muito, muito. Ela realmente faz coisas incríveis. Posso dizer que faço artes marciais e ela, uma pessoa que não faz artes marciais, faz coisas incríveis neste filme. Foi demais assistir, enquanto filmávamos.

Qual é o conceito de Resident Evil 2? Que eles fecharam a cidade toda e todo mundo ficou preso lá?
A ideia é a de que eles fecharam a cidade. É uma das pontes principais que leva à cidade, e eles estão basicamente tentando selar a cidade para que a doença não se espalhe.

Como foi para você trabalhar com armas modernas neste filme, diferente das armas antigas de A Múmia e O Retorno da Múmia?
Foi legal. Menos enferrujadas! (risos) É uma coisa ridícula de se dizer, mas a verdade é que não gosto de armas. Mas acabo fazendo muitos personagens que usam muitas armas. Sim, é um filme moderno e isto permite fazer muitas coisas novas com helicópteros e coisas high-tech, e coisas assim. Foi bem divertido.

Seu personagem está nos jogos?
Sim. Carlos Olivera está em Resident Evil 3, que inspirou o Apocalypse.

Você jogou?
Sabe de uma coisa? Eu não sou uma pessoa de videogames. Sou da geração Atari, sabe? Sei jogar Pac-Man e tudo, mas meio que me afastei disto em certo ponto. Acho que por medo de ficar viciado demais e não conseguir fazer mais nada, então por isso evito jogar videogames. Quando estávamos fazendo o filme, eu – sabe, por questões de pesquisa – tive que passar horas e horas jogando Resident Evil 2, algo do qual me orgulho muito. E detonei, isso sim.

Como o filme se compara com o jogo?
Nós tentamos trazer o jogo à vida, porque as histórias do filme e dos jogos têm semelhanças, mas não são paralelas. Não é exatamente a mesma história, especialmente em relação aos personagens. A personagem de Alice não faz parte dos jogos. Jill Valentine, sim, mas Alice, não. Então tentamos trazer a sensação dos jogos, mantendo-o um pouco mais vivo com as outras coisas. A Sienna estava ótima, por exemplo. Você a verá no filme andando e apontando a arma exatamente como no jogo, como a personagem faz no jogo, coisas assim. Mas o que eu acho legal deste filme é que ele é traz, para quem curte o jogo, toda a situação de estar em uma cidade com os zumbis e todo o resto, ele traz tudo isto à vida. O jogo ainda está sempre no jogo, e nunca é 100% real, mas o filme deixa muito real. Ele te insere na experiência.

Em um filme de ação como este, como se encontra o equilíbrio entre atuar sem medo, mas ainda mostrando um pouco?
Acho que isto é essencial. Se você faz um personagem sem medo, fica chato. Se você age assim (faz gestos com as mãos), as pessoas perdem o aspecto humano. É isto que eu acho tão incrível em Harrison Ford, ele sempre parece que nunca vai sobreviver, está sempre com medo, e sobrevive de alguma forma. É assustador. Escuta, eles me soltam de um cabo de vários metros de altura em um estacionamento. Aquilo foi assustador; acho que não precisei fazer muito para mostrar isto. Na verdade, eu tentei evitar não demonstrar tanto [medo]!

Você fez a maioria de suas cenas perigosas?
Eu tentei, sim. Com certeza. Todas as cenas de luta, chutes, coisas assim. Eu sempre tento, o máximo que posso. Acho que isto dá ao diretor uma oportunidade de realmente fazer uma cena melhor, não precisa esconder o rosto ou os movimentos físicos.

Agora que “Madrugada dos Mortos” saiu, como Resident Evil 2 manterá os zumbis como algo inédito?
Você poderia perguntar o mesmo, eu acho, sobre os jogos. Como se mantém os jogos inéditos? Acho que as pessoas, uh – é um pensamento assustador, sabe, pessoas mortas voltando à vida. As pessoas curtem ver isto. Acho que não são exatamente os zumbis que tornam este filme especial, é mais a história sendo contada e o jeito como é filmado. Se você se lembrar do primeiro Resident Evil – agora, eu admito, não é o meu tipo de filme, eu não necessariamente gosto de filmes de terror. Eu fiquei com medo deles. (risos) Eu não gosto de me assustar, mas quando assisti Resident Evil, o primeiro, o que eu gostei foi que o filme não tentou exagerar. É ridículo dizer isto, mas a situação em que os personagens foram colocados é muito realista. Foi muito corajoso, meio que uma reação real à ação, a – a tudo, à necessidade de sair do prédio em que estão e tal. Então é a mesma coisa. É um filme grande, muito empolgante, tem muita ação, mas ainda acho que você achará muito realista (o mais realista que pode ser). É difícil explicar, porque é difícil fazer um filme sobre pessoas mortas e ser realista, mas ele é.

Como você acabou indo parar nestes filmes de monstros, se terror não é o seu gênero favorito?
Eu me pergunto isto todo dia (risos). Eu não sei o que dizer sobre isto, não sei mesmo.

(…)

Tem alguma cena no filme que você mal pode esperar para ver finalizada na tela grande? Algo com CG envolvida?
[Tem CG] mas muita coisa é real. Real no sentido de ser maquiagem ou ação filmada ali mesmo, explosões que estão sendo feitas ali. Com certeza tem CG, mas não é… eu não quero entregar o filme. Sabe, tem muita CG para cobrir cabos e coisas assim, mas muito ali é real. Tem uma cena que, uma cena final, que é grande, uma grande cena de batalha. É em sua maioria a personagem Alice lutando contra o Nemesis e foi uma cena grande de fazer. Tem muitos elementos envolvidos e estou empolgado para ver como ficou. Quanto a CG nesta cena, não tem muita; não tem criaturas inseridas, até onde me lembro, ou coisas assim. Acho que é isto que eu acho especial neste filme, voltando novamente à questão do quanto ele é diferente.

Os zumbis evoluíram?
Não, acho que os zumbis são basicamente os mesmos. Eles perambulam, mordem e são perigosos (risos). Escuta, tem todo um… Eu entro no set, [e vejo] duas pessoas que cuidam dos movimentos dos zumbis. Literalmente, eles fizeram escola de zumbi. Os atores tiveram que fazer uma escola de zumbis por semanas de treinamento para… aprenderem como fazer os zumbis. Foi uma boa sacada. Eu fiquei, tipo, “Certo, é um morto ambulante. E daí?”. Mas, não. Parece que é algo importante, e acho que você sentirá a qualidade no filme.

Por que os zumbis são tão furiosos?
Se eles não fossem, não seria tão dramático, sabe? Não sei. Eu sugeri que nós pudéssemos andar pela rua tomando sorvete e eles passassem por nós [acena], mas, não. Isto não seria dramático suficiente, acho.

(…)

Fazer os filmes “A Múmia” foi um bom treino para Resident Evil 2?
Acho que sim. Acho que as semelhanças em relação a filmar e como trazer a ação à vida, como fazer um soco ser real no filme, como fazer um chute, como usar armas e tudo o mais, e com certeza atuar contra algo que não está realmente ali [tela verde], é tudo muito útil.

(…)

Como foi trabalhar com o novo diretor de Resident Evil 2, Alexander Witt?
Ótimo. Eu me dei muito bem com o Alexander, é sempre bem assustador trabalhar com um diretor estreante na questão de que ele trabalhou muito, mas não como diretor, em filmes. Ele foi ótimo. Foi ótimo trabalhar com ele, acho que ele tem um ótimo olho, [e é um] cara muito, muito legal.

Fonte: Horror.com

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