Grace Ashcroft traz um novo significado ao terror psicológico em RE 9: Requiem

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Grace Ashcroft (Resident Evil Requiem)
Divulgação: Capcom

A Capcom revelou que Resident Evil 9: Requiem será uma das experiências mais intensas da série, centrada na complexidade emocional de sua nova protagonista, Grace Ashcroft. Longe dos heróis experientes e destemidos de jogos anteriores, Grace representa o oposto: uma personagem frágil, ansiosa e atormentada, cuja luta principal acontece dentro de sua própria mente.

Filha da jornalista Alyssa Ashcroft, de Resident Evil: Outbreak, Grace trabalha como analista técnica do FBI e é enviada para investigar uma epidemia no Wremwood Hotel — o mesmo local onde sua mãe foi brutalmente assassinada. Desde o início, o jogo deixa claro que o maior inimigo da protagonista é seu próprio trauma. Em diversas cenas mostradas nos vídeos oficiais, ela aparece em colapso emocional, respirando com dificuldade, tremendo e até desabando no chão durante tentativas de fuga.

A escolha por uma câmera em terceira pessoa amplifica essa vulnerabilidade. Ao ver o corpo de Grace fraquejar, o jogador testemunha o impacto físico e psicológico do medo, criando uma conexão empática rara em jogos do gênero. Em vez de confiança ou bravura, o terror de Requiem se manifesta por meio da fragilidade, tornando cada passo de Grace uma luta contra si mesma.

O retrato das doenças psicológicas trazido à franquia

Grace apresenta sinais consistentes de ansiedade generalizada e ataques de pânico — o que a torna única comparada aos protagonistas anteriores. Estes transtornos afetam milhões de pessoas no mundo e são caracterizados por crises súbitas de medo intenso, palpitações, tontura e sensação iminente de perigo, mesmo sem uma ameaça real imediata (esse último não é o caso dela). No contexto narrativo do jogo, esses sintomas são potencializados pela ambientação claustrofóbica e pelas lembranças traumáticas do passado.

O pânico costuma surgir em pessoas expostas a eventos traumáticos e provoca ataques recorrentes de desespero, nos quais o corpo reage como se estivesse em risco extremo, liberando altas cargas de adrenalina sem motivo. Já a ansiedade generalizada se manifesta como uma preocupação constante, que consome energia mental e física. Resident Evil Requiem usa essas condições não apenas como pano de fundo, mas como parte integrante da experiência, transformando a psique de Grace em um campo de batalha.

O mesmo RNG dos slots e a imprevisibilidade como extensão do medo

O terror de Requiem também se apoia na incerteza. O jogo contará com um sistema de geração aleatória (RNG) que altera o comportamento dos inimigos, garantindo que cada partida seja única. Essa mecânica, semelhante à usada em plataformas de cassino, baseia-se em probabilidades imprevisíveis para criar suspense constante e impedir que o jogador se sinta seguro.

De acordo com dados recentes de um cassino brasileiro, 93% de seus jogadores preferem jogos de slots, títulos baseados em RNG, justamente por essa sensação de imprevisibilidade controlada. Resident Evil Requiem aplica o mesmo princípio para modificar o ritmo dos confrontos, fazendo com que cada corredor represente um risco diferente.

A imprevisibilidade se torna, assim, uma metáfora da própria mente de Grace — instável, caótica e vulnerável a qualquer gatilho. A cada susto, o jogador experimenta o mesmo descontrole que domina a protagonista, criando um elo direto entre mecânica e emoção.

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